Capítulo 59.

- Olha, Luan.. Eu sinto muito! Mas ela perdeu o bebê. - falou e eu olhei pro meu pai, que apertou meu ombro como se fosse me passar força.

- Como assim? Não pode ser! - falei desnorteado. - Mas ela não caiu de bunda? 

- Caiu sim! Mas o que ela não sabia é que tinha uma gravidez de risco, e qualquer impacto, seria fatal! 

- Mas por que uma gravidez de risco? 

- Não sei explicar bem, mas.. Vamos fazer exames com ela! Talvez ela nem possa ter mais filhos. 

- Como foi isso? A queda e tudo.. 

- Não sei ao certo, mas sei que houve um impacto forte contra a barriga! - explicou. 

- Eu posso vê-la? 

- Como eu disse, ela está dormindo! Mas precisa de alguém para acompanha-lá durante a noite, para que não fique no quarto sozinha! O senhor sabe de alguém? Mãe, sei lá? 

- A mãe dela está em Fortaleza! Eu fico. - falei firme.

- Ok, vou mandar a enfermeira vir lhe acompanhar.. Com licença! - falou e saiu. 

Olhei para meu pai que me acolheu em um abraço forte. Por mais que não tinha curtido o início da gravidez de Bianca, aquela criança era fruto do nosso amor, era meu também. Avisei minha irmã que era pra ir pra algum hotel junto com meu filho e meu pai, e que eu avisaria caso precisasse de algo. 

- Cadê a mamãe papai? - Gabriel perguntou enquanto me despedia dele. 

- Mamãe está bem! Ela só está dormindo.. Vai ficar aqui pra ficar boazinha logo, ta? 

- Quero ver ela! - fez bico. 

- Ohhhh, campeão! Ela está dormindo.. Mas eu prometo que quando ela acordar eu te ligo e você vem correndo pra cá, pode ser? 

- Pode! - me abraçou. - Cuida da mamãe, papai! Eu amo ela! - seus olhos se encheram de lágrimas. 

- Eu vou cuidar, filho! Vai com a tia bru! Te amo. - dei um beijo em sua testa, me despedi dos meus pais e fui para o quarto aonde Bia estava. Entrei no quarto, e vi ela dormindo como um anjo. Sorri ao vê-la tão perto de mim. Me aproximei, peguei em sua mão aonde estava o soro. Meus olhos se encheram de lágrimas, só de pensar em tudo que estava acontecendo com a gente.. A separação, a perda do bebê.. Se ela soubesse o quanto me doía estar com ela, mas saber que não era mais minha. 

- Eu te amo tanto, minha menina! Vou te proteger de todo mal.. - falei e encostei meus lábios nos seus, pra que mesmo dormindo ela sentisse todo o amor que havia dentro de mim. Sentei-me na cadeira que havia ali para acompanhantes, que era mais uma poltrona, fiquei mexendo no celular até dormir. 

- Luan? Luan.. - acordei ouvindo alguém me chamar, era Bia. 

- Oi meu amor.. Que bom que você acordou. - falei me levantando e peguei na sua mão. - Como você ta? 

- Eu to bem! Luan, cade meu filho? - soltou minha mão e colocou sobre a barriga. 

- Você precisa ser forte, Bia! Mas.. Você perdeu nosso filho! 

- EU O QUÊ? NÃO!! ISSO É MENTIRA. NÃO PODE SER!! MEU FILHO, EU NÃO PODIA!! - ela falou chorando desesperadamente. 

- Amor.. - falei tentando pegar em seu rosto mas ela desviou. 

- Eu sou uma inútil, sabia? 

- Não fala assim, minha linda! 

- Eu falo SIM! Eu não consigo manter um namoro, imagina uma gravidez, não é mesmo? - ela falou e eu senti como uma facada no meu coração. - Devo ser uma pessoa horrível, devo sei lá, ter feito muito mal na vida passada! 

- Não fala assim.. Você é perfeita!! Você é a mulher mais incrível que eu já conheci na minha vida! 

- PARA! - ela gritou chorando mais. - Para de declaração barata, é tudo mentira! 

- Não é mentira, eu te amo! 

- Ama? Será que ama mesmo? E sua amiga Gabriela? 

- Não quero falar sobre isso, Bia! Mas eu vou te provar que foi um engano. 

- Eu não quero saber! 

- Eu vou provar mesmo você não querendo! Eu vou me declarar pra você quantas vezes for preciso. 

- Luan, quer saber? Eu me declarei pra você milhares de vezes. Quando eu ri daquela sua piada idiota que não teve a menor graça e quando dei risada das piadas de mau gosto que você fez sobre mim. Lembra? Eu deixei você me zoar porque você achava muita graça naquilo, e se te faz feliz… Bom, me faz feliz. Quando eu deixei os outros um pouquinho de lado pra dar toda a atenção pra você. Quando eu ouvi as músicas que você me mandou, mesmo elas não sendo do meu gosto. Lembra quando eu tratava todo mundo mal, mas era super gentil com você? Então. Isso também foi uma declaração, mesmo que silenciosa. Quando eu aguentei suas grosserias todas porque você teve um dia ruim. E também quando eu deixei você descontar todas as suas frustrações em mim, mesmo eu não tendo nada a ver. Quando eu te defendi do mundo mesmo você estando completamente errado. Quando eu deixei de ficar irritada só porque você tava mal e precisando de alguém. Eu me declarei pra você tantas vezes, da minha maneira… Só você que não viu. Declarações são fúteis! - ela falou fria e meu coração já estava destruído. Ela tinha razão, eu não tinha argumentos pra me defender. Apenas beijei sua testa e sussurrei "me desculpe, eu te amo! só quero que acredite em mim." Ela virou o rosto e começou a chorar muito. Sai do quarto, e pedi para o doutor conversar com ela, já que ele havia me pedido pra que o chamasse. 

Bianca narrando. 

Estava sentindo como se meu mundo tivesse desabado. Eu não estava acreditando que havia perdido meu filho, e pra piorar ainda tinha que aguentar Luan perto de mim e ser fria com ele. Passei um tempo conversando com o médico, e ele me acalmou. Disse que depois de alguns meses, eu precisaria fazer um exame, o qual ele não me disse a necessidade. 

(...) 

Dormi a maior parte do tempo que fiquei no hospital, Luan ficou comigo durante os dois dias que fiquei por lá. Ele havia cancelado shows, e logo entraria em uma espécie de férias, que duraria todo o mês de junho, que era o mês em que estávamos. Quando voltei pra casa, decidi que voltaria para São Paulo, eu tinha que voltar para a minha rotina no trabalho, e eu tinha uma rotina. Aproveitei que meu filho estava de férias da escola e coloquei ele na escola que estudava antes. Sei que ele não tinha culpa, e que essa mudança de escola era prejudicial, mas não tinha como ficar mais no guarujá. Depois de tudo isso, decidi dar um rumo diferente pra minha vida, decidi mudar, não só por fora, mas por dentro. Comecei a fazer um tratamento com uma psicóloga, e aquilo estava me ajudando bastante. 

- Você sabe que horas fecha a perfumaria? - Perguntei para Pietro enquanto terminávamos um projeto no escritório. 

- Não sei não, gatinha! Por quê? 

- Preciso comprar umas coisinhas! 

- Coisinhas pra quê? 

- Nossa menino, larga mão de ser curioso!! Eu te conto amanhã, caso dê certo! - pisquei pra ele que riu. Continuamos nosso trabalho, e eu fui atrás de algumas coisas na perfumaria. Eu estava afim de ficar mais loira, e decidi que assim seria, e que eu mesma faria. Fui pra casa correndo e comecei os procedimentos, aproveitando que Gabriel estava na casa dos avós com os pais. Fiz todo o procedimento, e fiquei esperando um tempo. Aproveitei para fazer janta, estava morrendo de vontade de comer strogonoff. Depois de tudo pronto, lavei meu cabelo, sequei e adorei o resultado. Peguei meu celular e tirei uma foto para mandar pra Bruna. 

"Cabeleireiro pra quê? Manjo muito dos paranauê! Hahahahaha deu certo, Bubuzinha! Adorei e você? #loirinhapormimmesma" - mandei a mensagem e logo veio a resposta. 

"Uau, gata!! Você arrasou. Está mais linda que o normal, amei amei!" - respondeu e eu logo ri imaginado ela falando isso daquele jeito dela. 

"Obrigada, Bubuzinha!! Mande seu irmão trazer meu filho pra cá, e venha você também, fiz strogonoff. Beijoooo" - mandei e joguei o celular em qualquer canto e fui arrumar a mesa. Em menos de vinte minutos, bateram em minha porta e eu já imaginei ser os irmãos Santana, junto com meu filho. Atendi a porta e meu filho já pulou no meu colo. 

- Oi mamãe!! 

- Oi amor! - falei enchendo seu rosto de beijo. - Você se divertiu hoje? 

- Sim, mamãe! Hoje foi muito legal! 

- Que bom!! Agora corre lavar as mãos que vamos comer strogonoff!! 

- Uhulllllll! - falou e saiu correndo. Abracei Bruna e depois cumprimentei Luan com um beijo no rosto. Era estranho agir perto dele, mas já estava acostumando com o fato de sermos amigos. Jantamos em um clima ótimo, depois Bruna me ajudou com a cozinha, enquanto Luan jogava vídeo-game com nosso filho na sala. 

- E aí? - ela perguntou do nada. 

- E aí o quê? - a olhei sem entender. 

- Você e meu irmão.. Nada até agora? 

- Claro que não, Bruna! Minha relação com seu irmão é amizade, e pais do Gabriel, só isso. 

- Ele te ama! 

- Eu sei! - respirei fundo. 

- E você? 

- Eu o quê? 

- O ama? 

- Eu já amei.

- 
Já amou?
 

- Tá, eu ainda amo.


- Ainda ama?


- Tá, eu sempre vou amar.

- 
Sempre?
 

- Com todas as minhas fraquezas.


- E suas forças? 


- O amor levou de mim. - suspirei e ela me abraçou. 

- Vocês ainda vão ficar juntos! Tenho certeza.. 

- Para chega disso, Bruna! Seca logo essa louca! - joguei água nela que fez careta. - Quero fazer uma tatuagem. 

- Tatuagem?? Que luxo!! Amei. Você já sabe o que quer? 

- Quero escrever amém! Na nuca.. 

- Por que amém? 

- Amém é como se fosse, "assim seja!" E quero toda positividade na minha vida! 

- Amei! Vou junto com você então, posso? 

- Claro que sim! - sorri e fomos até a sala aonde os meninos estavam. Decidimos ver um filme, um desenho, já que Gabriel estava junto. Sentei-me ao lado do Luan, já que meu filho queria ficar com a tia. O filme rodava, e eu sentia olhares de Luan sobre mim, e eu sempre fingia que estava prestando atenção no filme. Mas aquilo começou a me incomodar, olhei pra ele seria, e ao invés de virar o rosto, ele continuou me encarando. Ficamos um tempo assim, até sentir ele se aproximar, logo já sentia sua respiração perto do meu rosto.

Oi princesinhas!! Estou de volta! Capítulo cheio de informação pra vocês! Eu postei hoje, porque não tenho certeza que vou conseguir postar no sábado, afinal, tenho tanta matéria pra colocar em dia da escola! :( enfim, espero que vocês gostem! Será que rola beijo? Ixxxxx!! Hahahahha comentem bastante tá? Por favor! Beijos ❤️