Capítulo 27.

Acordei no dia seguinte com uma dor de cabeça imensa e ainda teria que ir para o escritório resolver um milhão de coisas. Levantei, procurei um remédio na cabeceira da minha cama, e graças a Deus achei. Tomei, um banho, e me arrumei. Como sempre, postei uma foto no instagram.

"Bora começar o dia.."

Desci, e Gabriel já tomava café, junto com Sara.
- Bom dia meus lindos! - falei dando um beijo no rosto de Gabriel e sentando.
- Bom dia, Bi!
- Oi mamãe.. - Gabriel falou com um pedaço de bolo de cenoura na boca.
- Que coisa feia filho, não pode falar de boca cheia! - o repreendi e ele engoliu.
- Desculpa mamãe.. - fez um bico igual ao pai.
 - Tudo bem.. Mas não pode, ok? - ele concordou. - Quem fez bolo?
- A tia Sara..
- Sara, to pensando em contratar uma empregada.. Você é babá, e faz tudo aqui em casa!
- Magina, Bi! Eu consigo sozinha.. Já moro aqui, não custa nada cuidar da casa e de vocês.
- Tem certeza?
- Claro que sim! Eu adoro.. Além de tudo, tenho um ajudante especial.. - riu.
- Ah é?? Quem? - perguntei.
- Eu mamãe. - meu filho falou sapeca.
- Então você tá cozinhando agora, Gabriel?
- Uhum.. - resmungou com bolo na boca. - Ops - colocou as mãos na boca e eu ri.
- Bom, esse bolo tá muito bom, mas eu tenho que ir.. Tenho mil coisas pra fazer. - dei um beijo no rosto dos dois e ia saindo.
- Você vem pra almoçar, Bia? - Sara perguntou.
- Não Sá! Talvez eu almoce com uns clientes hoje.. Não se preocupa comigo! Fui. - fechei a porta e fui para garagem pegar meu carro.
(...)
- Bom dia, Eliza! - falei entrando no meu escritório.
- Bom dia, Bia! - falou vindo atrás de mim como de costume. - Alguns clientes ligaram, sobre a reforma do metrô, é pra você entrar em contato com a prefeitura ainda hoje. E tem aqui mais alguns recados.. Você lembra daquela moça que queria fazer o projeto da casa dela lá, com você? - concordei. - Ligou também.
- Ok. O Pietro já chegou?
- Já sim!
- Manda ele vir aqui por favor? Preciso resolver algumas coisas nesse lance do metrô com ele.
- Claro.. Mais alguma coisa?
- Não, não.. Obrigada! - ela saiu da sala.
Fiquei analisando alguns papeis, lendo alguns e-mails, quando decidi que ligaria para Luan de novo, uma hora dessas ele já estaria acordado. Peguei meu celular na bolsa e disquei seu número. Chamou, chamou, chamou, chamou e caiu na caixa postal. Fiz isso mais umas três vezes e nada.
- Que estranho! Sera que aconteceu alguma coisa? - resmunguei pra mim mesma. - Vou mandar mensagem.
"Tá tudo bem, Luan?" 
"Tá!" - ele respondeu.
"Nossa, Luan. O que eu te fiz? Porque não me atende?" 
"Nada.. É algo importante? O Gabriel tá bem?"
"Tá Luan.. Não relaxa. Não é nada importante não." 
"Ah, ok!" 
Decidi que não iria falar mais nada. Talvez ele estivesse ocupado mesmo, ou não sei. Eu juro que não fazia ideia no que pensar. O Luan era de lua..
- Bia? Oiiiii? Terra chamando.. - Pietro falou interrompendo meus pensamentos.
- Oi, Pietro.. Desculpa.
- Tá tudo bem?
- Tá sim! - sorri forçado. - To pensando nos projetos do metro só. - menti.
- Vai dar trabalho né? - riu. - Foi pra isso que me chamou?
- Sim.. Mas isso é bom, pelo eu menos não ocupo minha cabeça com bobagens.. - falei e ele riu.
Luan narrando. 
Voltei pra estrada, já que teria show em Minas, mas meus pensamentos não saiam do que havia acontecido com a Flávia. Bia me ligava sempre e eu não queria atender, não queria saber dela, eu estava decidido que iria me afastar.
- Ou, boi.. Você tá melhor? - Roberval perguntou.
- Não..
- Pô, Luan. Sai dessa,,
- A culpa é minha cara!
- Luan que merda, a culpa não é sua! Isso já tá chato.. E outra coisa, se fosse pra acontecer alguma coisa com a Flávia, já teria acontecido, não acha?
- Não é bem assim..
- É bem assim, sim! Só que o problema é que você nunca consegue escutar ninguém.
- Para Roberval, mas que merda!
- Mas que merda falo eu, aposto que até a Bianca você tá afastando de você.
- Não to com cabeça pra Bianca..
- Ah não? Lutou tanto pra que ela amolecesse o coração e agora você faz isso?
- Cuida da sua vida, Roberval! - falei irritado.
(...)
Duas semanas se passaram e eu continuei na mesma, apenas cumpri minha agenda de show e voltei pra São Paulo. Bianca me ligou durante essas duas semanas inteiras e eu atendi poucas vezes e quando atendia era super seco.. Eu tinha certeza que ela estava mal, mas eu estava mais ainda. Quando pousei, pedi para o meu segurança me levar até o hospital aonde Flávia estava. Coloquei uma touca, um óculos de sol e entrei.
- O que você tá fazendo aqui? - a mãe de Flávia disse assim quando me viu.
- Vim ver como sua filha está.
- Ela está melhor.. Está falando pelo menos.
- Posso vê-la?
- Ela está com uma visita!
- Quem? - perguntei.
- Sua namoradinha, Bianca..
- O que a Bianca está fazendo aqui?
- Minha filha pediu pra ligar pra ela.
- Eu preciso entrar naquele quarto.. - falei indo em direção a porta, mas fiquei do lado de fora escutando.
- Eu amo o Luan, Bia! Mas quero ele feliz, e eu nunca vi ele tão bem depois que você cedeu a ele. - Flávia falou.
- Olha, Flávia. Talvez ele não estivesse tão feliz assim.. Ele só me ignorou essas duas semanas, e eu nem sei o que eu fiz. - Bianca disse e meu coração apertou.
- Ele estava se sentindo culpado por tudo isso.. Tenho certeza que minha mãe deve ter feito a vida dele um inferno.
- Você acha?
- Claro que sim.. Ele ama você.
- Eu também.. Eu também o amo. - Bianca falou e meu coração explodiu.
- Então fica com ele pelo amor de Deus..
- Eu fico. Mas acho que ele nem me quer mais.
- Quer sim! Claro que ele quer. Ele só precisa perceber que a cula disso tudo foi minha e não de vocês.. Vocês merecem ser felizes juntos!
- Obrigada, Flávia! Obrigada de verdade. - aquilo foi a última coisa que ouvi, sai dali correndo e disposto a conquistar a minha menina.